Álbum: Ultraviolence - Lana Del Rey



Depois de (muitos) meses de espera, elogios por críticos musicais antes da estréia e a ansiedade incontrolável de (nós) fãs, finalmente Ultraviolence foi oficialmente lançado dia dezessete de junho.
E se a espera valeu a pena?
Indiscutivelmente, sim.

Sonoridade

Se você espera que Lana apareça novamente com uma pegada vintage, você pode estar um pouco enganado. Sensual, triste e muito mais psicodélico que o trabalho anterior – se é que podemos chamar Born To Die de psicodélico – Ultraviolence tem como constante em todas as músicas a presença bem acentuada da guitarra, até mesmo no cover de ‘The Other Woman’ (Nina Simone).
Não podemos dizer que a sonoridade é nova para Del Rey, pois o estilo se aproxima muito de seus trabalhos não lançados, tais como ‘God Bless America’, ‘Hollywood EP’, ‘Nevada’ e o polêmico ‘Sirens’.

Faixa a Faixa & Ligações

Iniciando o álbum com ‘Cruel World’, Lana fez da primeira faixa um epítome de todo o seu novo trabalho.
“Because you’re young, you’re wild, you’re free, you dancing circles around me, you fucking crazy. (…) Crazy for me.”
Como já era de se esperar, mais um álbum cheio de desilusões amorosas e “self claim”, lembrando os versos de ‘National Anthem’ em ‘Brooklyn Baby’:
“My boyfriend is pretty cool, but he not as cool as me.” (Brooklyn Baby) 
“You said to be cool, but I’m already the coolest.” (National Anthem) 
E não para por aí, em ‘Ultraviolence’ (faixa), a frase “He hit me and it feel like a kiss” é o título de uma música do grupo ‘The Crystals´.

Ainda em ‘Ultraviolence’, Lana usa a língua espanhola, assim como no single ‘West Coast’. Existe ainda outra referência à América Latina no álbum em ‘Florida Kilos’. Uma das mais charmosas faixas é sem dúvidas ‘Brooklyn Baby’, se você não sentiu vontade de sair girando pela sala no refrão sinto em te informar: você não é humano.
Se o seu objetivo é gastar aquela caixinha de lenços de papel, fique com ‘Old Money’ e ‘The Other Woman’. Que são lindas, choráveis, muito choráveis e te deixam em uma fossa celestial.A única música que foi vazada, durante o longo período de tempo em que Del Rey não lançou nada, que está presente no álbum é Black Beauty

O que Lana diz sobre o Ultra & Considerações finais

 A própria Lana classifica o álbum como “Narco-Swing”, fazendo você sentir realmente drogado, desacelerando para baladas e depois voltando ao início. Ao contrário de alguns críticos – nacionais cof, cof – que dizem que a sonoridade está se afastando cada vez mais de Elizabeth Grant, apenas quem conhece a obra completa de Lana sabe que ela está cada vez mais próxima de suas origens.